domingo, 30 de janeiro de 2011

A todos os ENFERMEIROS E FUTUROS ENFERMEIROS!

Que este recado possa ficar para sempre gravado em suas mentes e que por mais que o tempo passe, que jamais possamos deixar que o desgaste pelos anos prejudique nosso desempenho em "CUIDAR", ou seja, que jamais possamos esquecer da essência da nossa PROFISSÂO...
Pois não a escolhemos por obrigação, mais sim fizemos uma opção!!!!!

"Um dia todos nós vamos para a solidão de um túmulo.
Uma criança de um dia de vida já é suficientemente velha para morrer.
Todavia, apesar das limitações da ciência, devemos usar todas as nossas
 habilidades não apenas para prolongar a vida, mas para fazer dessa breve
existência uma experiência inesquecível.
Os ENFERMEIROS devem ser pessoas de rara sensibilidade, artesãos das
emoções, profissionais capazes de enxergar as angústias, as ansiedades e
 as lágrimas por trás dos sintomas. Caso contrário, tratarão de órgãos e não
 de seres humanos. Acima de tudo, os ENFERMEIROS, bem como todo profissional que
cuida da saúde humana, devem ser vendedores de sonhos. Pois, se conseguirmos fazer
nossos pacientes sonharem ainda que seja com mais um dia de vida ou com uma nova
maneira de ver suas perdas, teremos encontrado um tesouro que reis não conquistaram..."

sábado, 29 de janeiro de 2011

A Lenda dos Enfermeiros...

Quando Deus criou o enfermeiro, teve de fazer horas suplementares. Era o sexto dia. Disse-lhe um anjo:

- Senhor, há muito tempo que trabalhais para fazer este modelo!
- Já pensaste na longa lista de símbolos especiais inscritos nesta encomenda? A obra tem de ser entregue sob a forma masculina e feminina, fácil de desinfectar, sem despesas de conservação e não pode ser de plástico. Ele deve ter nervos de aço, costas que resista a toda a provação, sendo ao mesmo tempo dócil e gracioso, para se poder sentir à vontade nos quartos de serviço demasiado pequenos. Deve poder fazer cinco coisas ao mesmo tempo, tendo o cuidado de manter sempre uma mão livre. - respondeu-lhe Deus.


O anjo abanou a cabeça e disse:

- Seis mãos, isso é uma coisa impossível.
- A dificuldade não está ai. O que me preocupa são os três pares de olhos que deve ter o modelo padrão; dois olhos para ver a noite através das paredes, durante as velas e para vigiar duas unidades; dois olhos atrás da cabeça para ver aquilo que não gostariam que ele visse, mas de que tem que ter absoluto conhecimento e, seguramente, dois olhos de frente, que olham para o paciente e lhe dizem: 'Compreendo-vos, estou aqui, não se preocupe' - Deus respondeu.


O anjo puxou-lhe gentilmente pelo braço e disse:

- Ide dormir Senhor, amanhã de manhã continuareis.
- Não posso. - respondeu o Senhor - Já consegui que raramente adoeça e se saiba tratar a si mesmo. Aceita que dez quartos duplos recolham quarenta doentes, mas nunca que dez postos de trabalho sejam apenas providos com cinco enfermeiros. Gosta muito da sua profissão, que exige muito dele e não é muito bem pago. Sabe viver com horários irregulares e, aceita ter poucos tempos livres.


O anjo andou lentamente à volta do modelo do enfermeiro e suspirou:

- O material é demasiado mole.

Deus replicou:

- Mas é tenaz. Tu não imaginas tudo o que ele pode pensar! Não somente pensar, mas avaliar uma situação e tomar compromisso.

O anjo inclinou-se mais sobre o modelo, passou-lho o dedo pela face e disse:

- Vejo aqui uma fenda. Já vos disse que experimentais várias coisas no vosso modelo.
- Esta fenda é feita por uma lágrima. - disse Deus.

- Porquê?
 - perguntou o anjo.

- Ela corre nos momentos de alegria, de tristeza, de decepção, de dor e de desamparo. - explicou-lhe Deus - é a lágrima que serve de tubo de escape para o excedente.
Este post é dedicado a todos os que dedicam à vida a esta profissão...

'Os Anjos estão no Céu e os Enfermeiros na Terra'
Fonte Texto: Florence, minha amiga...
Edição Imagens: Renato HappyBlue

domingo, 16 de janeiro de 2011

COREN SP PERDE OPORTUNIDADE DE DESENCADEAR IMPORTANTE DEBATE NACIONAL PRA ENFERMAGEM

Com o desastroso acontecimento da morte da menina Stefanie Teixeira, o COREN SP, demonstrou grande habilidade jurídica, aproveitando todas as oportunidades midiáticas que apareceram, para esbanjar os conhecimentos jurídicos possíveis, pra corroborar com a acusação da técnica de enfermagem.
Não que a profissional não deva responder. Muito pelo contrário! A justiça está fazendo seu papel, e a profissional, com qualquer cidadão que não querendo, mas ocasionando a morte de alguém, vai responder por homicídio culposo. Cabe a justiça, primordialmente, esse papel.
Do COREN SP, além da apuração ética e punição cabíveis, cabia, ao meu ver, uma inteligente abordagem para aproveitar o lastimável acontecimento para mirar em questões que fundamentalmente, estão relacionadas com o fato.
Hoje pela manhã, no Bom Dia Brasil, a reportagem apresentou a entrevista da profissional, e mais uma vez foi dada abertura pra fala do conselho, que se limitou novamente ao veredicto óbvio: ela é culpada, ela deveria e tinha a obrigação de ter lido o rótulo...
Em nenhum momento tivemos a alegria (diante da lástima do luta pela morte da pequena inocente) de presenciar um posicionamento do COREN SP, de forma mais política aproveitando a oportunidade para discutir questões importantíssimas e que certamente tem correlações com outros fatores.
Cadê a discussão sobre a sobrecarga de trabalho dos profissionais da enfermagem?
Cadê a discussão sobre os baixísimos salários pagos aos profissionais, que faz com que os mesmos tenham que ter dois, três e até quatro vínculos, para poderem sustentar suas famílias, passando noites e dias sem dormir e descansar?
Cadê a discussão sobre a precária formação profissional dos trabalhadores, que formados por capitalistas irresponsáveis em instituições privadas, que formam de qualquer forma, sem qualidade visando apenas o lucro?
É lastimável ver a dor do luto da mãe da criança. Saber que uma criança inocente morreu. Ver a vida de uma profissional ser arruinada depois de um erro fatal. Mas mais lastimável ainda é perceber a falta de habilidade e a falta de visão política dos nossos representantes nesses momentos.
Com dois projetos importantíssimos tramitando no Congresso (um que define a carga horária semanal de trabalho e outro que define o piso salarial) com toda a mídia nesse momento dando abertura pra entidade falar, cabia aos representantes petiscarem os assuntos!
Mais uma vez perdemos oportunidades. A mídia se esbalda com dados fornecidos pelo COREN SP sobre os crescentes erros dos profissionais de enfermagem, e nossos representantes perdem oportunidades de ouro de salientarem nossa importância pra constituição da estrutura da saúde nacional. Sem puxar os debates que dizem respeito aos fatores que interferem na adequada prestação dos nossos serviços. Sem falar da desvalorização de uma categoria fundamental, que passa 24 horas do lado do leito dos hospitais.
Falar de falhas é fácil. Falar de desleixo é fácil. Falar de desqualificação é fácil. Difícil é avançar na discussão e esmiuçar causas subjacentes de todos esses fatores. De instituições que dispostas a pagar salários miseráveis, não fazem a menor seleção de profissionais para admissão (porque os melhores não se submeterão aos salários de fome que são pagos pelos que tratam a saúde como negócio e tratam trabalhadores como escravos e vêem a enfermagem como mão de obra desqualificada).
A coragem de tratar desses assuntos, a todo momento, mesmo em situações trágicas e momentos muito difíceis pra enfermagem, é uma obrigação das nossas entidades!
É claro que é papel do Conselho, executar seu papel fiscalizador do exercício profissional, em prol da garantia da assistência de qualidade e livre de danos ao cliente, assim como também é um instrumento social de garantia ao usuário de uma assistência prestada por trabalhadores aptos e com condições de exercer sua profissão, com toda carga de responsabilidade que assumimos quando nos diplomamos.
Porém o que salientamos é que cada vez mais, apenas o papel punitivo do conselho fica evidenciado. E pros profissionais, isso é claro e notório. É fiscalizar o profissional, punir o profissional e jamais contextualizar as punições. Ver as condições do trabalho e se aliar, unir e lutar pela garantia de vitórias que tragam também repercussões positivas para a categoria.
Agora vergonha é ver a reportagem da rede globo afirmar: "os especialistas afirmam que esse problema pode ter como causa uma mistura muito perigosa: sobrecarga de trabalho, baixa qualificação e salários precário".
É uma vergonha que pessoas de fora da área façam leituras tão coerentes e lógicas, mas que nossas entidades não sejam as fomentadoras dessa conclusão e dessa discussão, e que estas pessoas sejam consideradas especialistas, ou seja conhecedoras máximas da área e que os nossos representantes estejam na posição apenas de algozes ou justiceiros implacáveis.
É esse é o orgão que pagamos !!!!!!!!!!!!!